quarta-feira, 16 de outubro de 2013

A Função Social da Escrita, por Lisandra Olinda R. Neves

Neste breve texto, enfatizamos a necessidade da escola analisar a função social da escrita, reconhecer a existência de grupos sociais onde há crianças mais favorecidas e menos favorecidas no contato com o mundo da escrita e por fim, acreditamos que a primeira ação que a escola deve fazer é descobrir qual o grau de letramento das crianças. Toda criança que entra na escola já tem uma bagagem cultural, há um conhecimento prévio, quando o professor conhece e avalia as situações já vividas pelo estudante é possível fazê-lo avançar. Algumas crianças estão em maior contato com a escrita, veem seus pais lendo, tem contato com revistas, jornais, computador/internet, enfim, sentem a necessidade que a escrita tem no contexto social, mesmo que inconscientemente. Já outras crianças, que não têm os mesmos estímulos acima citados, a escola assume um papel crucial para o favorecimento do letramento desses. Lendo e escrevendo com fluência a criança passa a exercer sua cidadania nesse mundo letrado. A criança é capaz antes mesmo de ingressar na escola de reconhecer rótulos de embalagens, nomes de lojas... sendo esse o conhecimento prévio.Entram num processo pré-silábico, fazem seus rabiscos, desenhos, mais adiante percebem que para escrever tem que usar letras, e assim vão desenvolvendo as fases para construírem sua aquisição da leitura e a escrita. Mas, por que algumas crianças criam aversão pelo ato de ler e escrever, sendo que essa seria a razão primeira para sua entrada na escola? Celso Ferrarezi Jr* diz que, a criança assistida reconhece a importância da leitura e da escrita, onde se deve mostrar a utilidade de ambas. Isso acontece com todo o ser humano quando enxerga nitidamente essa utilidade. A escola enquanto instituição social, inserida na sociedade letrada é que irá ajudar o indivíduo a organizar seu saber. É preciso tornar os estudantes capazes de compreender o significado dessa aprendizagem, para usá-la no dia-a-dia de forma a atender as exigências da própria sociedade, promovendo o letramento. *Ferrarezi Jr, Celso. Discutindo linguagem com professores de Português, 2000. São Paulo, Terceira Margem p. 164.

domingo, 13 de janeiro de 2013

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Ordem, Educação e Progresso A relação de distanciamento entre eleitores e elegidos é grande, falta ao povo o conhecimento crítico, uma das habilidades mais necessárias e ao mesmo tempo mais difíceis de praticar em qualquer campo do conhecimento. A televisão atinge hoje, milhares de lares brasileiros, de todas as classes sociais, ou seja, são horas assistindo a lixo. Há quase uma unanimidade da mídia em defender pontos de vista de uma ideologia neoliberal, então se assimila essa ideologia acreditando que o desemprego, a exclusão social, a má distribuição de renda, a pobreza, o analfabetismo são situações inevitáveis. Não se tem consciência que esse rumo pode ser mudado com o empenho da sociedade civil. Como essa situação poderia mudar através da educação? Não se pode fazer uma mudança profunda na escola enquanto não se faça uma mudança social também profunda. Mas já que essa mudança total e profunda não vem, o que se pode mudar é a postura da escola, do professor. A partir do momento, que o professor nega essa mentalidade neoliberal e toma como seu o compromisso de formar em seus alunos um espírito crítico, ele será um elemento modificador não conservador. Mostrar-lhes a causa da pobreza, do desemprego, do analfabetismo, como a classe dominante se mantém no poder e com os oprimidos podem modificar sua situação. Como disse Paulo Freire: ‘ Trata-se na verdade (...), desafiar os grupos populares para que percebam em termos críticos, a violência e a profunda injustiça que caracterizam sua situação concreta não é destino certo ou vontade de Deus, algo que não pode ser mudado.” "O capitalismo de hoje não recusa o direito à escola. O que ele recusa é mudar a função social da escola." - (A. Lettieri)

terça-feira, 10 de abril de 2012

Declaração de amor a Pedagogia


Eu juro,
Juro que criei esse blog para escrever descontraidamente, ludicamente, poeticamente.
Desisti, porque escrever assim, é vocação.
Não me pergunte a razão, não sei, só sei que prefiro leitura técnica, escrita técnica, especialmente relacionado a Pedagogia, essa senhora idosa, geniosa e complexa.
Minha vocação é a pedagogia... com todos os seus percalços.
Essa senhora me cativou desde muito cedo, e uma vez junto dela, conheci muitos teóricos que constituíram a profissional que sou hoje.
Mas, não sou cega, sei que a Pedagogia precisa ser repensada, a escola pública renovada, socialmente a escola só será reconhecida quando der o retorno que a sociedade precisa: ensinar; e as políticas públicas deveriam contribuir para isso.
Nóvoa, em seu texto, Pedagogia: A Terceira margem do rio diz que "o maior desafio da Pedagogia hoje é ensinar os que não querem aprender" e argumenta ainda que, uma pedagogia nas mãos dos professores conseguirá reintroduzir sentido na escola e nas aprendizagens...Todos os personagens envolvidos devem dar sua parcela de contribuição, com ética, compromisso.
Hoje ouvi discursos que me preocuparam,e me remeto a Paulo Freire (Pedagogia da Autonomia): "Um dos piores males que o poder público vem fazendo a nós, no Brasil, historicamente, desde que a sociedade brasileira foi criada, é o de fazer muitos de nós correr o risco de, a custo de tanto descaso pela educação pública, existencialmente cansados, cair no indiferantismo fatalistamente cínico que leva ao cruzamento dos braços. "Não há o que fazer" é o discurso acomodado que não podemos aceitar.
A luta é grande e árdua, muito há o que fazer, mas juntos podemos muito. A vida é assim, dura e doce, leve e pesada, desistir é a maior das derrotas.
Por Paulo Freire,
Amém!

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Vergonha, Náusea

#Uma operação deflagrada pela Polícia Federal (PF) na manhã de hoje resultou na prisão de oito dos 24 deputados da Assembleia Legislativa de Rondônia. Entre os sete componentes da Mesa Diretora da Casa, apenas um não foi acusado de envolvimento em suposto esquema de fraudes em licitações e contratos do governo do Estado.#
economia.uol.com.br

PARABÉNS À POLÍCIA FEDERAL POR MAIS ESSA AÇÃO!!!

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

A vida de palhaço do professor no Brasil


Dia 24/02/11, o ministro Fernando Haddad anunciou o novo piso salarial dos professores, que será de R$ 1.187,97 em 2011.O valor representa alta de 15,84% sobre os R$ 1.024,67 adotados no ano passado.
Não se alegre caro colega. Vamos por partes...
No discurso de posse, a presidente Dilma defendeu a valorização do professor com remuneração digna e formação continuada:

"[...] Mas só existirá ensino de qualidade se o professor e a professora forem tratados como as verdadeiras autoridades da Educação, com formação continuada, remuneração adequada e sólido compromisso com a Educação das crianças e dos jovens.
Somente com avanço na qualidade de ensino poderemos formar jovens preparados, de fato, para nos conduzir à sociedade da tecnologia e do conhecimento". (Dilma Rousseff, 1º de janeiro de 2011)

Pensei... Nossa, agora vai, não vamos mais estar na "rabeira da cadeia profissional".
Então vem o anúncio do piso que o MEC , por lei não pode decretar esse aumento. Para Luiz Araújo,assessor de financiamento educacional da Undime: "Como fazem uma lei sem indicar quem decreta o reajuste? (...)"
Irônico?

Está aí rindo? Hummm... Chorando? Indignado? Marginalizado? Desvalorizado???!!!!!!!!
Calma, há uma série de providências repasses, despachos que o Mec fará.
Tem mais, segundo o CNTE (Confederação dos Trabalhadores em Educação) o valor atualizado do piso deveria ser R$ 1.597,87, considerando a aplicação do percentual de 21,71% sobre R$ 1.312,85, praticado em 2010.

O Professor Dermeval Saviani, em entrevista à Nova Escola, aborda dois pontos importantes em se tratando de políticas de valorização do magistério: 1º) Aumento do piso, jornada de trabalho reduzida em 50 % e o restante para preparar aulas, avaliar a aprendizagem dos alunos, relacionar-se com a comunidade, além de participar da elaboração e da implementação do Projeto Político-Pedagógico da escola.
2º) Aumentar significativamente e de forma imediata os recursos destinados à Educação. O aumento de recursos certamente não é uma condição suficiente, mas é, inegavelmente, condição prévia, necessária e indispensável.
Saviani conclui: "Esperemos, então, que a presidenta Dilma reverta a meta de 7% enunciada no projeto de PNE e destine para a Educação, já no orçamento de 2012, o índice de 10% do PIB aprovado por unanimidade na Conferência Nacional de Educação (CONAE) no início de abril de 2010. Com essa decisão ela estará tomando uma medida de impacto."

=== PARTE 2 ====
Presidenta, olhe por nós professores, faça com que a Educação seja tratada como uma questão de Estado!!
Nos ajude a não desistir...
Por Paulo Freire, Amém!!